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terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Ética cristã e células-tronco

Pesquisas com células-tronco embrionárias começaram no Brasil em agosto de 2005. A utilização de células-tronco de embriões nas pesquisas brasileiras foi permitida com a aprovação da Lei de Biossegurança em março de 2005. O governo também financiará experimentos com células-tronco adultas, derivadas da medula óssea, do cordão umbilical e de outros tecidos.
A descoberta das células-tronco se constituiu numa das maiores conquistas da genética atual, mas também numa das questões mais complexas, e sobre a qual pairam ainda muitas interrogações. Entre as células-tronco, umas são totipotentes, outras pluripotentes e outras uni-potentes, basicamente dependendo das funções que estão destinadas a exercer.
A maneira como as células adultas irão se comportar já é bastante conhecida. Porém, a mesma coisa não pode ser dita sobre o comportamento das células-tronco embrionárias, quando retiradas do seu habitat natural. O comportamento dessas é em grande parte desconhecido, apesar do fato que alguns cientistas em Oxford, Inglaterra, terem afirmado que são mais estáveis do que pensávamos. De qualquer forma, o certo é que o uso de células-tronco embrionárias implica na eliminação do embrião e, por isso mesmo, é moralmente inaceitável.
O debate atual a respeito do uso de embriões humanos para retirar células-tronco pluripotentes, com finalidades terapêuticas, nasce de um grande equívoco que ignora completamente o significado de um embrião e as conseqüências para a criação de uma mentalidade desumana. A Igreja Católica insiste que o embrião não é um grupo de células, mas um indivíduo da espécie humana. Essa afirmação não tem nada a ver com crenças religiosas, é uma verdade que a razão é capaz de reconhecer.
O embrião, apesar de seu pequeno tamanho, contém a informação genética (genoma) que presidirá o seu desenvolvimento desde o nascimento até a idade adulta. É animal com a estrutura genética de um vertebrado, mamífero, humano. Para justificar o uso de células-tronco embrionárias, volta-se sempre ao argumento de que o óvulo fecundado ainda não é vida humana. Várias teorias são apresentadas sobre o momento da humanização. Para alguns isso aconteceria somente no momento da implantação no útero; para outros só na medida em que se configura a base do cérebro e, para outros, ainda em fases posteriores.
Parece-me que o que ocorre após a fecundação são desdobramentos que continuam até a morte. O embrião, obviamente, se encontra numa fase inicial da existência, mas é vital lembrar que a dignidade não se vincula a esta ou àquela fase da vida, é inerente à condição humana. A Igreja Católica, através de documentos como Donum Vitae (1987), da Sagrada Congregação da Doutrina e Fé, e Evangelium Vitae (1995), do papa João Paulo II, manifesta sua satisfação com o avanço das pesquisas científicas, oferecendo possíveis curas para doenças genéticas, degenerativas e neurológicas. Doenças como câncer, diabetes, mal de Alzheimer, de Chagas, esclerose múltipla, doenças auto-imunes, como lupus eritematoso, artrite reumatóide, anemia grave, doença de Parkinson etc. Mas a Igreja Católica insiste que a destruição do embrião humano é um ato altamente antiético e imoral.
Segundo o texto-base da Campanha da Fraternidade de 2008, "o uso das células-tronco adultas, por outro lado, já tem alcançado resultados comprovados de melhora ou cura de doenças em seres humanos... Recentemente foram obtidos resultados que permitiriam que as células-tronco adultas se comportassem como células-tronco embrionárias, ganhando a capacidade da totipotência (reprogramação celular)", (cf. p. 46 do Texto-base).
Porém, há uma grande novidade. Este ano cientistas extraíram células simples da pele humana e conseguiram com elas o efeito das células-tronco embrionárias. Depois, grupos de cientistas, um dos EUA e outro do Japão, conseguiram transformar células da pele humana em células-tronco. A descoberta abre um potencial caminho ilimitado para a substituição de tecidos ou órgãos defeituosos. Segundo a conhecida revista Science, essa descoberta "vai mudar completamente o campo das pesquisas com células-tronco".
Além das restrições éticas contra as células-tronco embrionárias, os órgãos transplantados obtidos a partir de células-tronco embrionárias podem ser rejeitados pelo paciente. Já a nova técnica, uma vez aperfeiçoada, permitirá a criação de células-tronco com o código genético do paciente, eliminando assim os riscos de rejeição. Portanto, segundo Dr. James Thompson, podemos vislumbrar agora um tempo no futuro em que uma simples técnica poderá ser usada para produzir células-tronco que serão capazes de formar qualquer tecido a partir de uma pequena amostra de qualquer um de nós. Embora a nova técnica seja aparentemente, eticamente correta, acredito que ainda é cedo para ver os pesquisadores substituindo as pesquisas com as células-tronco embrionárias atualmente em andamento.
Finalmente, enquanto enfatizo a urgente necessidade de minorar os sofrimentos provenientes de falhas genéticas, de acidentes e de doenças degenerativas, fico preocupado com a exploração emocional oriunda da exposição na mídia de pessoas com estes problemas. A liberação de embriões para obter células-tronco é considerada pela Igreja Católica uma postura enormemente antiética porque sacrifica vidas humanas. Ao mesmo tempo em que as pesquisas com as células-tronco embrionárias humanas vão se defrontando com um mar de dificuldades, as pesquisas com as células adultas vêm progredindo rapidamente.
As células-tronco adultas podem ser conceituadas como células indiferenciadas, existentes nos diversos órgãos, em especial na medula óssea, cordão umbilical, na pele, etc, compondo um sistema regenerativo natural do indivíduo. Espero que as pesquisas dos cientistas extraindo células simples da pele humana e conseguindo com elas o efeito das células-tronco embrionárias venham a prosperar rapidamente, de tal maneira que as células-tronco embrionárias deixem, definitivamente, de ser usadas.

Padre Brendan Coleman Mc Donald é redentorista,assessor da CNBB (Regional Nordeste I) e professor-doutor na UFC.
Fonte; http://www.opovo.com.br/opovo/internacional/760079.html

PORQUE ALGUNS POLITICOS ROUBAM

Assim como eu, você também deve ficar escandalizado com a cara-de-pau de alguns políticos que metem a mão nos cofres públicos como se estivessem sacando dinheiro da própria conta.

Embora as notícias da roubalheira tenham sido mais intensas nos últimos tempos, a verdade é que essa prática não é privilégio dos dias atuais. Desde que o mundo é mundo alguns espertalhões sempre usaram a política para forrar os próprios bolsos.

Vamos tentar entender os motivos que levam alguns políticos a seguir o caminho, ou melhor, os descaminhos, que os colocam à margem da sociedade e em pé de igualdade com os bandidos da pior espécie.

São as condutas éticas que governam as ações sociais. Cada sociedade é organizada a partir de princípios éticos próprios da sua história, da sua cultura e do seu contexto.

Para algumas tribos indígenas, por exemplo, roubar cavalos era uma façanha admirável entre seus guerreiros. Já na Idade Média, em alguns feudos, as moças permaneciam virgens até o casamento. Entretanto, por lei, quem tinha direito à primeira noite não era o noivo, mas sim um nobre, dono das terras.

Visto de fora, longe da realidade desses povos e distante da época em que cultivavam naturalmente esses costumes, pode nos parecer que as condutas eram abomináveis. Assim como, provavelmente, no futuro nossa forma de viver em sociedade hoje poderá parecer estranha e até sem sentido.

Sejam quais forem os princípios éticos, são eles que sustentam a vida em sociedade. Sem esses preceitos, a convivência social seria um caos, pois as pessoas não se respeitariam.

A sociedade contemporânea, salvadas as diferenças pontuais, se submete a princípios éticos bastante semelhantes. Entre as diversas condutas éticas estabelecidas, e que se subordinam também aos mandamentos de Deus, está a orientação de não roubar.

Considerando- se que os políticos também fazem parte desse tecido social, não deveriam roubar. Quando, todavia, esse "representante do povo" surrupia a grana da população, passa por três estágios para chegar à deterioração ética:

• Não sentiu medo - A certeza de que não seria punido foi tão evidente que não teve medo de receber represálias para o seu ato inescrupuloso. Se uma pessoa tiver receio de que será punida, irá refrear seus impulsos e não cometerá o crime. O que anima o ato de delinqüência é o baixo risco de punição.

• Não sentiu vergonha - A frase "ele não tem vergonha na cara" pode ser interpretada como não se sentir menosprezado ou ridicularizado por não ter princípios éticos sociais. A vergonha é um valioso freio para os desvios sociais.

Ao cometer o crime, esse político não sente vergonha de ser ridicularizado ou menosprezado pela sociedade, pois a falta de escrúpulos e de princípios já se instalou de forma tão acentuada no seu caráter que essas circunstâncias não aborrecem seu sono.

Não sentiu culpa. Como diz o psicoterapeuta Flávio Gikovate: culpa é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Quando sentimos na própria pele o mal que fazemos à outra pessoa, estamos experimentando o sentimento da culpa.

Se um político desvia o dinheiro que seria usado para a compra do leite das crianças ou para a aquisição de ambulâncias destinadas aos pobres desprotegidos, a culpa passou longe de suas preocupações.

Um político deve ser admirado e respeitado quando possui princípios éticos tão evidenciados que, se cometesse um deslize, antes de sentir medo de ser punido, sentiria culpa e vergonha pelos seus atos.

Não vamos perder a esperança, pois tem muita gente séria ainda na política. Cabe à sociedade, entretanto, construir sua proteção. Se a educação que alguns políticos receberam não foi suficiente para que sentissem culpa ou vergonha pelos crimes que poderiam cometer, que pelo menos sintam medo de ser punidos se não se comportarem como deveriam.

E, por incrível que pareça, um dos maiores pesadelos do político é perder uma eleição. Que tal começarmos por aí?

(Fonte: UOL-Carreiras)